sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ultra-som no tratamento da osteoporose

Numa breve definição, a osteoporose é uma doença óssea metabólica que promove diminuição da massa óssea, alterações na microarquitetura óssea, o que torna o osso mais frágil, com consequente aumento na ocorrência de fracturas. Pode estar associada ao envelhecimento, à menopausa e às patologias sistémicas que promovem a queda do conteúdo mineral ósseo. O organismo não consegue fazer o remodelamento ósseo na mesma proporção que ocorre reabsorção, tornando o osso mais frágil e menos capaz de resistir a compressão e à torção, o que aumenta à incidência de fracturas. A redução na massa óssea é associada com uma obrigatória perda de estrutura óssea e, consequentemente, diminuição da força óssea. Portanto, a microarquitetura óssea tem importante função em determinar as propriedades mecânicas dos ossos. O seu aparecimento pode prejudicar os tratamentos de reabilitação destes pacientes, devido à possibilidade de ocorrência de fracturas nos ossos osteoporóticos. A osteoporose em lesados medulares está relacionada com o desuso causado pela paralisia, a qual provoca diminuição da tensão mecânica sobre os ossos, e consequentemente, diminuição do estímulo à formação de osso com aumento desproporcional da reabsorção óssea, tornando o osso mais frágil.
Os tratamentos alternativos não farmacológicos, baseados no princípio biomecânico do osso, estão a ser estudados, os quais incluem a análise da sustentação de peso causada pela estimulação eléctrica neuromuscular (EENM), e o ultra-som de baixa intensidade. Falando um pouco de biomecânica do osso, a deposição de osso é parcialmente regulada pela quantidade de tensão imposta ao osso. Portanto, a osteoporose por desuso acredita-se ocorrer pela falta de sustentação de peso e de actividade física, provocando uma diminuição no estímulo mecânico necessário para o crescimento e remodelamento ósseo. Carga mecânica promove deformação no osso, e consequentemente gera um estímulo para uma resposta óssea local, já postulado por WOLLF em 1870. Ossos com maior tensão e maior curvatura apresentam osteoblastos mais activos, e assim, ossos mais fortes e mais resistentes; enquanto ossos não submetidos à tensão, como os ossos de uma pessoa acamada, enfraquecem-se.
O esqueleto humano responde de formas diferentes dependendo da magnitude, distribuição e frequência de tensão geradas nos ossos, além de possuir diferentes propriedades quando se aplica carga em direcções diferentes, sendo classificado como anisotrópico. O estímulo mecânico dinâmico é mais eficaz para a formação de osso, pois sob cargas estáticas, as células ósseas acomodam-se (estabilizam), tornando-se pior a resposta aos estímulos. O esqueleto humano é sensível aos estímulos físicos e ambientais e responde a eles
através de alterações tanto na massa óssea quanto na arquitectura óssea. O aumento da massa óssea relacionada à actividade física e a diminuição de massa óssea observada em pacientes acamados e em lesados medulares comprovam a grande influência do estímulo biofísico sobre o esqueleto.
O tecido ósseo e o conjuntivo, ao serem deformados, geram potenciais eléctricos locais, denominados de SGPs (potenciais gerados por deformação), os quais contribuem para o reparo ósseo por actuarem como estímulos para células formadoras de osso. a resposta óssea está relacionada com a deformação gerada no tecido ósseo, e assim, ocorrerá uma adaptação proporcional à carga aplicada. Estas observações mostram que campos eléctricos podem ter efeitos anabólicos sobre o tecido ósseo. A conclusão anterior leva-nos de encontro ao sistema de funcionamento de ultra-som.
O ultra-som é uma forma de energia mecânica, transmitida para dentro do corpo em ondas de pressão acústica de alta frequência, capaz de promover a osteogénese. As deformações micro-mecânicas, ocorridas no tecido ósseo, por acção do ultra-som podem agir como sinalização para a formação de tecido ósseo. As respostas ósseas ocorridas com a utilização do ultra-som são similares àquelas ocorridas sob carga mecânica. Existem actualmente evidências de que o ultra-som de baixa intensidade pode acelerar a regeneração óssea.

 Fractura por osteoporose

2 comentários:

  1. É um post muito interessante , gostei muito.

    Beijinhos, Sara Borges

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  2. Adorei o blog!excelente abordagem dos conteúdos!!visualmente está um conjunto muito agradavel de cores, conjugado com imagens elucidativas e esclarecedoras!!PARABENS!

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