quinta-feira, 3 de março de 2011

Ambiente de Comunicação para Indivíduos com Traumatismo Crânio-Encefálico

Em muitos indivíduos com traumatismo Crânio-Encefálico, perde se a sensibilidade e mobilidade de todo o corpo excepto o sistema ocular que permanece activo. Devido a este facto, foram desenvolvidas ambientes artificiais de comunicação.
Neste âmbito, temos um sistema que baseia se em LED’s e um menu com várias necessidades do individuo. Os LED’s percorrem o menu, podendo se dizer que utiliza um sistema de varrimento, permanecendo um determinado tempo (escolhido previamente dependendo do individuo) sobre cada necessidade. Para ser escolhida uma opção, tem de piscar os olhos durante 2 ou mais segundos, que activa um sistema de sonoro para chamar a atenção das pessoas a volta. O sensor é composto por um emissor de infra-vermelhos, que incide a luz para cílios artificiais colocados nas pálpebras do utente e sobre um sensor infra-vermelhos. Quanto o individuo tem os olhos abertos, os cílios servem como anteparo a luz, reflectindo se de volta ao sensor.
Entramos agora na biomecânica do sistema, pois os movimentos dos olhos é possível devido a três pares de músculo extra oculares, disposto ao redor globo ocular de forma que um par seja responsável pelo movimento horizontal do olho, outro pelo movimento vertical e o terceiro par pelo movimento oblíquo. E é através de técnicas de Electromiografia (EMG) que se consegue medir o potencial dos músculos extra-oculares de acordo com a posição dos olhos, com eléctrodos de superfície.
“A Eletromiografia de superfície é uma técnica que detecta e regista os potenciais de acção musculares no fenómeno electromecânico de acoplamento muscular; permitindo dessa forma uma análise quantitativa desse fenómeno. Esses potenciais de acção no músculo, ou sinais mioeléctricos, são registados por meio de eléctrodos de superfície (normalmente de configuração bipolar que medem a diferença de voltagem mioeléctrica entre dois pontos), resultando em um sinal que reflecte a superposição dos potenciais de acção das fibras musculares de um músculo excitado pertencentes a uma única unidade motora (mesma enervação). As variáveis que influenciam na formação do sinal eletromiográfico são: (1) o diâmetro da fibra muscular; (2) colocação do eléctrodo na superfície da pele; (3) quantidade de tecido na área; (4) recrutamento das unidades motoras; (5) frequência de disparos das unidades motoras; (6) artefactos de movimentos; (7) interferência de outras fontes de ruídos. Como o sinal bruto obtido de um registo eletromiográfico é também formado por ruídos que impedem uma leitura adequada do sinal desejado são necessários filtros de limpeza para esse sinal. Esse sinal também deve ser pré-amplificado perto de sua origem, antes de ser filtrado. A
aplicação dessa técnica no campo da Biomecânica ocupa-se de três aspectos: 1) sincronização/tempo de activação dos músculos; 2) a relação do sinal de força/ EMG e 3) o uso do sinal EMG como um índice de fadiga”. A contracção muscular provoca o movimento humano, conseguindo verificar por meio da eletromiografia de superfície que é extremamente relevante para entender as variáveis envolvidas nesse processo.

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